O vazio dói quase como a dor da perda. Apesar de não ter perdido, organicamente, nada. Falta-me braços, como falta-me recheio. Falta tanta falta... que dói. E dói... sem a esperança de que a terapia por esses amontoadinhos de letras pudesse curar-me de mim. Eu, dói. Eu, vazio dói. Essa falta do que nunca houve faz doer. E dói. Transpira por todos os poros esses mins mutáveis e dói. Dói. Não é possível que ninguém nunca tenha doído como eu me dôo. Quisera não ser assim. Quisera abrir os braços, que me faltam, e rasgar-me inteira... quisera não expor o vazio. Quisera não doer essa dor lenta... Quisera apenas sumir e doer ainda. Doer calada apenas. Apenas dói. Sem mais... Esse luto que não passa. Sem entender os porquês, aumenta o doer a cada dia. Aumenta-me. E dói. Eu, abstrato, dói. Se ao menos sangrasse... mas não; o silêncio dói, apenas.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
sábado, 18 de outubro de 2008
Agora sei de mim: sou só. Tenho para mim mesma uma liberdade que não sei usar porque ser liberta exige uma grande responsabilidade que se perde também em mim. Eu assumo a solidão e minha inabilidade com minha própria liberdade. Existe em mim nomes próprios em consonância a hologramas que eu mesma crio. Acabo de entender que eles também são libertos e não sabem ser responsáveis por isso. Assim, eles seguem, apressados, seus caminhos elípticos. Depois, voltam como se o movimento circular ao meu encontro não fosse também o movimento para os demais caminhos ao encontro deles mesmos... como creio que seja. Devagar e só, ainda tenho um olhar esperançoso para o amanhã. Guardo o seu nome - meu segredo, sabendo que preciso de silêncios para continuar...
[Realize - Colbie Caillat]
[Realize - Colbie Caillat]
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Chasing pavements
"Com pedras construí um gargalo
no horizonte do meu tempo...
...
2006
“... E o fim de nossa viagem será
chegar ao lugar de onde partimos.
E conhecê-lo então pela primeira vez.”
(T. S. Eliot)
2007
“Eis o momento! Começando
nesta porta, um longo e eterno
caminho mergulha no passado:
atrás de nós está uma eternidade!
Não será verdade que todos
os que podem andar têm de já
ter percorrido este caminho?”
(F. Nietzsche)
2008 / 1º
“O que foi, é o que há de ser; e o
Que se fez, isso se tornará a
Fazer: nada há, pois, novo debaixo do sol”
(Eclesiastes 1.9)
2008 / 2º
“A melodia que não havia
se agora a lembro
faz-me chorar.”
(R. Alves)
...
... Torno a me encalhar
para presentear de ausência
um porto sem embarcações,
a quem partir."
no horizonte do meu tempo...
...
2006
“... E o fim de nossa viagem será
chegar ao lugar de onde partimos.
E conhecê-lo então pela primeira vez.”
(T. S. Eliot)
2007
“Eis o momento! Começando
nesta porta, um longo e eterno
caminho mergulha no passado:
atrás de nós está uma eternidade!
Não será verdade que todos
os que podem andar têm de já
ter percorrido este caminho?”
(F. Nietzsche)
2008 / 1º
“O que foi, é o que há de ser; e o
Que se fez, isso se tornará a
Fazer: nada há, pois, novo debaixo do sol”
(Eclesiastes 1.9)
2008 / 2º
“A melodia que não havia
se agora a lembro
faz-me chorar.”
(R. Alves)
...
... Torno a me encalhar
para presentear de ausência
um porto sem embarcações,
a quem partir."
sábado, 4 de outubro de 2008
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