E... quando olhava para cima, para seu caleidoscópio multicor, ela teve vontade de tê-lo pertinho. Fechou os olhos bem apertados e o desejou com muita força. Dizem que ela se fez caco. Caquinhos do lustre que caiu sobre o pratinho de ervilha se misturaram aos caquinhos dela, menina-pétalas-de-flor.
(- Tapa os olhos com o vestido, menina.)
Também dizem que quando pertinho do estrondo, a menina sorria e atirava, desesperadamente, as ervilhas do prato para que elas se salvassem. Contam-nos sobre o cheiro naquele momento: cheiro de cores. Todas as cores, juntas para pintar o quadro mais triste de já se viu. O quadro do dia que a menina que brincava com o pratinho de ervilha se foi...
(- O medo vai embora... Vai sim.)
Um comentário:
Tão delicado, delicadíssimo ... o momento descrito e as palavras usadas!
Ótimo texto!
Abraço.
Elis.
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