O corpo faminto deseja pertencer, a existência sem nexo deseja ainda mais. Transforma-se em tinta, em seqüência numérica e em fotos por não pertencer ainda; como se não coubesse no que tem. Como o que há nesse pulsar de hora que não cabe no segundo que lhe é destinado. Teria dores e amores maiores que corpo? Não cabe em si e não se pertence e não se pertencendo transforma-se em contornos, deixando a visão, os talhes em branco no branco para os que, algum dia, conseguirem contornar-la em detalhes. Ela, há duas décadas, nasceu na quarta-feira de cinzas, talvez esteja, ai, a raiz da grande incoerência. Faminta, deseja pertencer... Pertencer-lhe.
7 comentários:
Que isso, adorei essa coisa do paradoxo de nascer na quarta feira de cinzas no fim da festa e ao mesmo tempo com a ansia da festa...
Já eu nasci no domingo de carnaval... no ápice e vivo esperando q chegue a hora que ja era...
gostaria de colocar o link do seu blog no meu; posso?
um baccio! lucaz
Todos nós desejamos pertencer-nos ... todos, famintos, todos.
Adorei.
Abraço.
Elis
um comentário aqui seria até inutil perto dos borbotones desse seu texto que te contorna maravilhosamente...quantos detalhes existirão...? calado eu retiro minhas palavras inuteis de incentivo...Marina, você é...nas entrelinhas de suas palavras... a não-palavra, o contorno e o detalhe...uma existencia exasperada de brancos e incognitas...
adorei seu texto
claro que pode, ué!
Mamãe, estou com saudades (deixe-me pensar...o que eu escrevo??) Parabens atrasado de novo, ficou mais velhinha, tadinha (ai que rima)... Só passei aqui para dizer que te amo....muito....... Manda um bjo p/ o nando, p/ mae lora, pro junin, pro xiquin e uns tapa na oreia do bruno... eh só....... Bju Fui
Thabi
Postar um comentário