sexta-feira, 24 de agosto de 2007


"A imbecilidade tem direitos...
... MAS TEM LIMITES."
(Victor Hugo)

Pobres seres desprovidos de luz, não tão menos pobres do que os deficientes de sensibilidade visual, mas ambos deficientes da alma. Aos primeiros, não os culpo, a imbecilidade nata apenas se faz. Solidifica-se em perguntas – verdade crua, justificada pelo fato de que sem luz não há visão, o que torna a imbecilidade dulcíssima. Ah, os pobres deficientes de sensibilidade visual. Não vos digo, por estas linhas, dos deficientes visuais, não. Ao pensar tal possibilidade antes mesmo de fazê-la real no papel, seria de uma incoerência tamanha com minha decisão profissional. Digo-lhes dos que frente aos olhos têm a verdade, mas continuam a buscá-la. Seres brutais, tais deficientes de sensibilidade. Possuem toda a magnitude de uma vida clara, plena e feliz, mas se contentam com o obscuro, com o ilusório fantasma cinematográfico, que (sim!) antes fazia-se de luz mesmo alheia e opaca. Pobres seres insensíveis que por não compreender o mal, deixam as clarezas à margem. Pobres seres faraônicos que se contentaram com muralhas, sem nunca saber – ou negligenciar – o real sentido da liberdade.
Aos pobres d'alma, minhas náuseas.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Endless circles.

Eu acordava e sonhava.
Eu andava e procurava.
Em busca da ventura,
Eu esperava...
esperava...
esperava.
Eu me cansava...
Sem rumo.
Sem mais... acreditava.

Por fim, o vi.
Eu encontrava e apertava
- contra o peito,
Eu segurava e guardava.
Eu deitava e sonhava.
Revirava o já escrito e o modificava.
Relia e reascendia:
Signos, símbolos, sentidos.
Eu voava e sentia.
Eu sentia.
Sentia...
Sentia...

O toque longe, eu sentia.
O primeiro sonho, eu sentia.
O meu primeiro sentido.
Mas ventava e ainda venta.
Ainda vai, coisas inatingíveis – oras!
ao meu toque e sonho
e sentido, ainda vai.
Eu acordo e verifico
Os tristes caminhos.

Eu ando e procuro.
Eu espero...
Espero...
Espero...
E adormeço na distante presença
das estrelas.

sábado, 4 de agosto de 2007

Elos. Nada é firme na vida. Tudo passa. Tudo é inconstante, transitório... Sole. Tudo quebra. Talvez algum dia nos seja agradável recordar estas coisas. Tudo cansa. Mas continuo. Sola. Admirando não só a elegância das coisas, mas também a das palavras.


Acta est fabula...

De onde te vejo

Sonhos relembram o que precisamos viver
Mas eu recordo de sonhos não completamente vivos.
E tu, guardas memória numérica de tudo?
Mesmo do início,
Quando insistias em esquecer
O que de mais poderia ter sido?

Já eras belo, então.
De onde te via verde era mais chegado,
A paz, mais contemporânea
E a lua
(Tal qual a borda superior de um copo cheio
Que transborda o céu de estrelas, a sua lua...)
Julgava embelezar as noites de tua ausência.

Vivo de angústia a esperar o inevitável,
Que não se consuma
Mas reafirma-se na memória de um rosto inolvidável.
Já eras belo, então?
Ou sou alvo fácil do passar do tempo,
De um ardil ferino da imaginação?

Sim, sou o guarda da noite
E dela observo o que me possui.
Nada poderia ser mais insone
Que meus olhos nos teus ao raiar de outro dia de doce ilusão.

Aguardo o definhar de uma dúvida
Que te pertence
E me incita a provar do antídoto
Deste amor gélido-ardente
Com o qual me embriago
Num sentir sem precedentes.


Tecla sap:
87424724848292044479847
947414081247047104174012
740148471474074470147041
7481474645144784148-4849
149874764175759357395795
71652545495006-7095847655
424242648759607079874635