sábado, 11 de abril de 2009

In evitável



Agora, nas primeiras horas desse sábado cheio de sol, enquanto eu provo um pouco do café coado, forte e doce, como tudo que me cerca, fico pensando a semana que passou, nos momentos que, deitada, quieta e subliminar, falei da vida para mim mesma, analisando-me aos prantos, por ser assim, exatamente assim, cheia de vírgulas e tão imersa em mim que nada nem ninguém, por mais que eu queiria, vai poder desvendar o mistério de mim porque eu seguro tão firme uma flor sempre na mão esquerda e deixo meu pensamento voar no meu mundo, só meu mundo, onde os meus convidados são presenteados com estranhês, um bocado de brigadeiro e muito perfume, uma festa de mim para eles, quando aberta, exposta, a flor da pele, me revelo menina ainda, doce e frágil, fraca e temerosa, mesmo que tudo teime em predizer o contrário,


assim como eu pintei meu rosto para ir te ver, horas e horas, testando meu sexo – meus dizeres, minh’alma em expansão ao te encontrar e isso possibilitar eu ser mulher, grande, larga, altiva e forte, deixando a menina para as ho
ras seguintes, assim como o pedido sem resposta, o diálogo inconcluso, o desejo latente, a força guiante e as inevitáveis, inevitáveis e mais uma vez inevitáveis visões que você terá de mim, como você diz que agora é possível por ser de igual para igual, mesmo eu, por dentro, sendo a menina faceira e cheia de lirismo que habitam essas horas e muitas outras horas distantes em mim quando o desejo que a paz se reinstale, me assombra e eu quero sempre ter minha flor a esquerda e meu pensamento imerso no meu universo, mas quero também que, seja como e quando for, encontre minha flor, meu sexo, meus dizeres e meu pranto em sua mão esquerda.