domingo, 17 de agosto de 2008

Da estação confusa. Do enfim...


... Tudo começou devido a um pequeno milagre, mais precisamente, pela necessidade de descrevê-lo sobre a figura de sempre-vivas. Cantei a beleza e a eternidade de cada pequena pétala branca, sem saber que, em cada uma delas, eu iria encontrar além da beleza verde da natureza, a eternidade roxa traduzida em uma presença silenciosa. Sem saber exatamente sobre o que cantava, tornei-o abstrato, para que de minha voz ecoasse poesia. Não ecoou... A dor calava-me e minha atenção voltava-se para as sombras daquele encontro-pequeno-milagre que aconteceu entre eu e as minhas pequeninas flores brancas. Estas que furtam-nos o olhar, preenche-nos de uma presença ausente... Flores que teimam em ficar, dentro no nosso beijar de pálpebras, talvez esperando os olhos se abrirem e, deles a chance de um outro olhar, assim, como este meu, quando, distraída e outonal, apenas terminava meus dias tempestivos. Elas ainda permanecem no meu olhar confuso, assim como a tímida certeza de mais sorrisos e a busca da essência. Neste momento menor, onde os ventos castigam todo e qualquer jardim, busco adentrar-lhes sem invadir, pois há algo em mim e nas minhas flores milagrosas, algo que enternece ao ver o movimento de renovação. Não pretendo cultiva-las, não pretendo exibi-las como quem se gaba por uma conquista. Há entre nós algo de igual, uma alegria-triste, uma beleza efêmera ou a junção do verde e do roxo. Não pretendo também pensá-las visto que carrego em mim uma felicidade inexplicável só por ter olhos que as vêem, ali, desenhadas e extremamente diferentes, apesar de serem as mesmas. Neste segundo olhar de dentro, eis meu milagre teimando em ficar... sempre vivo.

domingo, 10 de agosto de 2008

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

‘Água marina’.

Molho-me em luto, agora, quando o visceral não se manifesta.

Chora o que há demais nos outros sentidos, compulsivamente, a perda não específica: Pequenas coisas.

Olhares e anzóis que emergiam a vivacidade das minhas profundezas.

A imensidão se perde dos meus olhos. A imensidão se perde aos olhos, só...

Solidão tomada pelo cansaço dos movimentos intermitentes das ondas aos meus pés.

Perderam-se os olhos na imensidão e, novamente, lançada à sorte,

eis a incompreensão; eis a morte. Mato-me (amor). Mas, tome-o!




‘Coração lançado ao mar’.