segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Mil seiscentos e noventa e nove. Olhando para esse número em negrito, invade a mim, um sopro, desses qualquer. Exatos mil seiscentos e noventa e nove. Nada a mais. Para quem tem essa mania besta de colecionar escritos, apagá-los é, sim, um crime inafiançável. Vale dizer que são exatos quatro mil cento e oitenta e cinco, desde 25 de abril de 2006 [um começo que escolhi por sua qualidade delicada de ser o mais fofinho (refresco-me as vistas e a memória - "Sua alteza mandou me chamar? o que queres?... Ah senhor, nd feito. Tenho tido muita dificuldade para terminar esta encomendA. Como é difícil afinar toques musicais na mesma frequência das maravilhas da vida! (...) Mas já tenho um protótipo para a alteza: experimente amar sem tocar, gostar sem dizer, criar sem pensar, mover sem mexer... é talvez por metáforas q posso aprender e relatar o que sua alteza, meu Deus, quer dizer a nós, seres vivos"]. Suspiro, em pensamento: me dei conta, antes mesmo de vê-lo. Atropelo o momento com algo matemático que berra em minha mente: Ontem ainda eram menos! Eram... mil seiscentos e oitenta e poucos. São, pelas minhas contas aproximadas uns... doze; só hoje! Mas, agora, às dez e onze, está lá... estático, um grande iceberg numérico e negritado. Todos aqueles que não tem lá grande importância. Todos menos um. Às dez e vinte e dois, batem a minha porta repulsas (de mim, do mundo e daquele médico filhadaputa que estragou meu dia). Pressinto, com um olhar desesperado, meu toque: F5. Céus! Lá estão todos, menos um...

Meia-noite, eu serei, efetivamente, a mulher mais infeliz do mundo.