sábado, 27 de junho de 2009

Eu

Tentando testar o que havia em sua espera, permitiu que se aproximassem: Chegando perto, tão perto a ponto do perfume dele correr todos seus pensamentos. Tão perto que sentia seus pensamentos exalarem um rastro dele. Tão perto que ela encostou seus lábios de leve na testa e deixou que o cheiro dele ficasse intenso, mais forte. O cheiro dele, tão dela, atraia seu rosto, agora, e na escuridão. Por uma pontinha dos olhos, que ficaram abertos, ela via o que ainda não tinha conseguido ver até então. De cantinho de olhos, tomada pela embriagues do sentir perfumado, ela viu ele fechar os olhos. Serrou-os por instantes inteiros, que duraram muito mais que qualquer fragmento do eterno. Olhos fechados, rosto quente, perfumando o toque de suas mãos a enlaçá-la. Tomava-lhe o pescoço ainda na escuridão do descansar das pálpebras tão leves e tão másculas. Lastrando-se como o perfume e o toque firme das mãos, o rosto dele crescia vilmente. Ali, tão intenso, mas frágil e vulnerável, ele se fez rastro de homem, cheiro de homem, toque de homem, sentir de homem que sabe bem o que ela, tão menina em suas mãos, deseja. Mal sabia ele, que o que ela mais deseja é caber nele, dentro dos braços, das mãos e dos gostos dele, dentro de todas as cores, flores e, sim, algumas muitas dores, que sumiriam para ver a luz que vinha, de longe, e que a faria percorrer os paradoxais infernos da vida dos dois, apenas para cabê-los. Queria fazê-lo homem-macho para envolvê-la por todos os poros, todos os ares, todas as asperezas e se fazer território ganho, com bandeira de passionalidade e cheiro de neuroses e de ciúmes a consumi-los por inteiro, posto que, o que mais ela queria era ele se descobrindo nela sem perguntar, sem pensar em nada além do que era e seria, eternamente, rastro deles, do cheiro deles quando os olhos apenas estavam fechados.

Carinho de olhos fechados... 19/06/2009



Nunca coloquei nada que me expusesse duplamente: fotos minhas com minhas linhas, minhas linhas com minhas verdades, minhas verdades com a realidade. Mas, culpa desse ai, venho expor-me, tornar os dizeres verdades. Enumero os “porquês”... Ele sempre me dá a mão no vendaval e tem a petulância de me dizer que é apenas vento de ventilador. Ele apareceu em 2005 antes de se fazer presente em 2008. Ele me conheceu da maneira mais engraçada possível, passando de sorrisos e muita bandeira a pastéis e Antártica Original. Ele me deixa descabelada, passa pomada finalizadora aos montes no meu cabelo e depois dos xingamentos, ainda faz cara de vítima e me desarma. Além de tudo, ele parece com desenho animado e no começo, ria sem mexer com a boca – como cegos fazem e me assustava passando cinco dias sem se desgrudar de mim e, depois, mais uma semana sem desgrudar da minha família. Ele agora já sorri e mostra pra que veio. Coloca-me em prantos quando resolve discutir política ou quando tentamos agitar o namoro com algum espinho, músicas ou nosso passado. E... Quando nada mais parece ser possível, ele me traz bombons (pra adoçar minha alergia), depois, discute o futuro e dorme no meu colo... em uma cama de solteiro.


Receba meu carinho, meu menino...