segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Lendo Lya Luft, numa revista de informações duvidosas, vi o caso de uma senhora que ao comemorar seus 102 anos disse o segredo de estar ali, picando quiabos para os convidados de sua festa: havia escolhido a felicidade. Ela havia escolhido a felicidade. Ela havia escolhido. Era, então, sua vida não tão fácil quanto se fez parecer. Mas, ela estava ali, 102 anos, cortando quiabos para alimentar os seus, fazendo sua vida. Sempre considerei que o pouco que escrevo é devido ao que me dói, sendo real ou sendo o meu real. Quando nada dói, nada escrever. Sem me fazer iludir que as coisas não me doem. Doem, mas não são reduzíveis a um texto. Novamente, sem me fazer iludir, não tomei a escolha da doninha, apenas tenho tentado... sem ver o final, onde, anteriormente, veria uma parede. Mas, hoje não. Meus “hojes” tem sido diferentes, não menos temerosos e turbulentos quanto os outros; são os meus hojes, e eu os tenho escolhido. Agradecida, Dona Dodô, eu tenho escolhido.