sábado, 31 de março de 2007

“Sky, so vast is the sky
With faraway clouds just wandering by
Where do they go
Oh! I don't know, don't know”


Fazer achados em cores, busca interminável. O arco-íris tão próximo ao abismo navegável por sonhos de papel. E do lado de cá, súbita fotografia em sépia, sem dedicatória. Um novo abismo senão a presença das cores à espera do toque. Algum dia, será? Sonhos de papel...



Don’t you know, Dindi?
Oh, my Dindi...


quarta-feira, 21 de março de 2007

Laço roxo de cetim.

Laço roxo de cetim nos cabelos da morena, laço roxo...

Véu branco.

Brando, branco gelo.

Derrete a neve, por debaixo: vermelho.

Roxamente vermelho, gira. Sol.

Roda gigante, gira mundo.

Roda vida multicor,

nos cabelos da morena.

sábado, 17 de março de 2007

"Rua, espada nua"

Diabinhos sopravam no ouvido dela:
- Abra a caixinha, Luiza. Abra! Deixa o cheiro da memória exalar pela sala.
Ela examinava meticulosamente os riscos de liberar o forte cheiro do guardado. Por vezes, anteriormente, pensou que não exalaria mais o cheiro de mofo, e, abriu um cadiquin só. E lá veio o cheiro forte... Agora, caso ela abrisse de vez a caixa, quão forte o cheiro exalaria? Diabinho ao pé do ouvido e as mãos coçando. Pronto: caixa aberta.
Um filme pronto para dar o play. Quanto tempo não via ao velho filme guardado na caixa que exalava mofo? Tempo suficiente para ela esquecer o quanto significava vê-lo em cores a se movimentar.
- Anda, Luiza! Aperta o stop!
Diziam os anjinhos, tentando recolocá-la nos eixos. Era tarde... O cheiro já não é tão forte, mas a inexplicável sensação o é, de forma exagerada, para não se fazer presente. Escuta, Luiza, a canção que fizeram para te esquecer...

quarta-feira, 14 de março de 2007

"Que saudade agora me aguardem
Chegaram as tardes de sol a pino,
Pelas ruas, flores e amigos,
Me encontram vestindo meu melhor sorriso,
Eu passei um tempo andando no escuro,
Procurando não achar as respostas,
Eu era a causa e a saída de tudo,
E eu cavei como um túnel meu caminho de volta."



Depois do inverno a vida em cores....




quinta-feira, 8 de março de 2007

Dia Internacional da Mulher

“Nada mais assustador do que a ignorância em ação” (Goethe)

Na Segunda metade do século XVIII, as grandes transformações ocorridas no processo produtivo e que resultaram na Revolução Industrial, trouxeram consigo uma série de reivindicações até então inexistentes. A absorção do trabalho feminino pelas indústrias, como forma de baratear os salários, inseriu definitivamente a mulher no mundo da produção, passando a obrigá-la a conviver com jornadas de trabalho de 17 horas diárias, em condições insalubres, submetidas a espancamentos e ameaças sexuais constantes, e salários que chegavam a ser 60% menores que os dos homens, condição esta que não difere muito dos dias atuais.

Então, no bojo das manifestações pela redução da jornada de trabalho, 129 tecelãs da Fábrica de Tecidos Cotton, em Nova Iorque, cruzaram os braços e paralisaram os trabalhos pelo direito a uma jornada de 10 horas, durante primeira greve norte-americana conduzida unicamente por mulheres. Violentamente reprimidas pela polícia, as operárias, acuadas, refugiaram-se nas dependências da fábrica. No dia 8 de março de 1857, os patrões e a polícia trancaram as portas da fábrica e atearam fogo. As tecelãs morreram carbonizadas e asfixiadas.

Durante a II Conferência Internacional de Mulheres, realizada em 1910 na Dinamarca, a famosa ativista pelos direitos femininos, Clara Zetkin, propôs que o 8 de março fosse declarado como o Dia Internacional da Mulher, homenageando as tecelãs de Nova Iorque. Em 1911, mais de um milhão de mulheres se manifestaram na Europa. A partir daí, essa data começou a ser comemorada no mundo inteiro.

Um pouco de história não faz mal a ninguém, e de reflexão também não. Que hoje votos sinceros sejam feitos. Abster de comentários inúteis é a melhor alternativa para quem não faz a menor idéia do quão importante é o dia de hoje.

Sortuda que quem, assim como eu, recebeu votos verdadeiros e ternuras que me dobraram em flor; mesmo com tanta asneira por ai. Ainda me restam pessoas doces. Teimosa, eu! Diria mais: teimosas, nós doces! Reclama não ouvido, chora não coração. São apenas homens... Amém!

terça-feira, 6 de março de 2007

A velha ampulheta e o antigo tempo. Nessa espera interminável trancafiei-me dentro dessa vendo o tempo passar. Assim, de bobeira como quem nada quer... Sabe-se que a passional nunca deixará de ser passional e que as ondas por mais longínquas fisicamente estão aí. Os anjinhos sopram no meu ouvido: cuidado. Besteira qualquer essa coisa de dizer “Ah, mudei.”. Mudei nada... Enfrento o que me mata fugindo como uma louca. Um pouco de loucura é essencial, alguém, que minha fragmentada memória não lembra o nome, já havia dito ou como qualquer Zezinho da Esquina é capaz de dizer. Como se à mim, sentimentos fossem permitidos assim como a loucura ao louco é perdoada. São tantas músicas, tanta interatividade, tanta sensibilidade, tanta sintonia e tantas milhas. A única coisa que foge a mim é a sensatez. Viva os deliróides! E no mais, pra quê sensatez?! Não me serviu antes, não servirá agora. Eu não vou pensar, eu não vou penar, eu não vou! Está formalmente aberta a temporada de felicidade.


“Sol, girassol, vejo o vento solar
Você ainda quer morar comigo?
Vento solar estrelas do mar
Um girassol da cor de seu cabelo”

(Lô Borges – Girassol da cor de seu cabelo)

sexta-feira, 2 de março de 2007

“Oh chariot I'm singing out loud to guide me”


Todas as portas e janelas abertas. Tão casualmente como uma idéia pequena e muitas pretensões... Deixa entrar o vento da ternura nova, deixa se desfazer as horas em uma contagem regressiva interminável, que não se pode evitar. Deixa o anjo sorrir e pular do arranha-céu. A escolha duvidosa entre permanecer no plano etéreo ou se entregar ao mundo dos reais. Deixa o acaso falar, quando eu quero ouvir...


Mais ou menos assim óh: Gavin DeGraw - Chariot

quinta-feira, 1 de março de 2007

Quod non te occidit, uigescit...



"Há sem dúvida quem ame o infinito,

Há sem dúvida quem deseje o impossível,

Há sem dúvida quem não queira nada -

Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:

Porque eu amo infinitamente o finito,

Porque eu desejo impossivelmente o possível,

Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,

Ou até se não puder ser..."

(Fernando Pessoa)