sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Na noite quente, tomou-a pelas mãos. Tomou-a todos os sentidos.
No breve segundo entregue, pela primeira vez, ela teve fome.
Ela teve fome de coisas simples. Ao lado daquela alma, ela se expande
De calor. De vida. De fome...

Ela tem fome dele-vida.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

No final, de novo início...



... Por toda a vida, eu vou.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

“Come and see me
Sing me to sleep
Come and free me
Hold me if i need to weep
Maybe it's not the season
Maybe it's not the year
Maybe there's no good reason
Why i'm locked up inside
Just cause they wanna hide me
The moon goes bright
The darker they make my night"


Prometo a mim que estas serão as últimas linhas. São as tais promessas de nunca mais, feitas tantas vezes e que valeram não mais do que por dois segundos. Estranhamente, prometo sem a necessidade de fazer uma promessa, efetivamente. Não seria capaz de cumpri-la, nunca, nunca mais. Depois de tantas mortes de mim, quantas vidas ainda me restam para desperdiçá-las em silêncio? Sabida a resposta, a ação, companheira de caracterização do “nunca mais”, dura também por dois segundos. Dois segundos de cansaço intenso, de corpo, de alma, de sentimentos claros, uma lucidez assustadora que me leva até você, desmancham a minha antiga promessa de não mais envolver. Enganei-me comigo ao achar que podia ser forte e evitar, calar o que, de primeira, foi eloqüente. Por dois segundos relativos calei e em dois segundos literais o pensamento tomou ares de promessas ilusórias de vida em comunhão. Sim, comunhão. O que não havia necessidade de falar, a menos ao meu entendimento, eram de tais comunhões. Até mesmo os olhares de fora percebiam o que não víamos. Eram iguais... as aflições e inseguranças justificadas com o desenvolvimento humano e instabilidade característica versus equações que tendem ao infinito, a doçura de escrever do que é de dentro camuflado, esse medo da entrega extrema e a adoração de momentos únicos. E são tantas coisas que mereciam ser faladas, mesmo que por dois segundos, e não foram, nem nunca mais serão. Talvez o nunca mais dure um pouco mais ou um pouco menos do que a ‘alegria triste’ que permeou há algum tempo.

“Unplayed pianos
Are often by a window
In a room where nobody loved goes
She sits alone with her silent song
Somebody bring her home"

Desintegro-me Luiza, volto-me Marina que pensa no que ouviu um dia “coisas simples dão vontade de comer” e completa que o que é complexo, dá vontade de guardar. Guardo em promessas (de flores) sempre-vivas e aguardo o momento de dois segundos eternos... ou nunca mais.

"Unplayed piano
Still holds a tune
Years pass by
In the changing of the moon..."