segunda-feira, 20 de julho de 2015

Nota ao Mr. B.

Poucas pessoas tiveram a liberdade de me pedir texto: uma amiga que precisa expor algumas decepções há belos anos. E quase dez anos (milhares de histórias, amores e músicas) depois, eis que... surge tal pedido. Simples assim: mesa de bar, comentário despretencioso e um pedido. 

Mal sabe, Mr B. que o senhorito já havia ganhado mil começos de textos imaginários. Suas pequenas coisas borbulham minha cabeça e eu que ju-ra-va que viveria concreta, transbordo o imaginário. Turbilha em mim pensamentos-palavras a cada check azulzinho que acontece mais que rapidamente e me encanta, tal como a sua cara de desenho animado ou emoticon com língua pra fora que faz qualquer pensamento nublado se desmanchar em encantamento. Você, Mr. B. valeria uma novela completa, não porque você pediu, mas por você ser encantadormente desatento a ponto de marcar o primeiro encontro, sem querer, no meio da torcida do Cruzeiro, apenas na tentativa de comer um pão de queijo.

Ouça: Don't wait too long - Madeleine Peyroux



Escrevo e digo: Em um mundo líquido, poder encontrar alguém que tenha coragem vale muito mais que um texto: vale saber esperar. Vale pintar o concreto, soltar o pensamento e dizer coisas que eu não falaria nunca por orgulho e medo de me expor mulher-sonhadora-romântica-boba. Então, Mr. B., leia e saiba que um dos lugares mais agradáveis do mundo pode ser um abraço domingo e que isso pode valer um livro... Basta você pedir.

P.S.: Tenho um pedido! Adivinha qual?