sábado, 21 de fevereiro de 2015

A arte de se perder

Bishop... Ah! Bishop irreverentemente me propôs observar atentamente a beleza das perdas. Meus ouvidos desatentos ouviram o desafio de perceber o "se perder". Ação esta tão correta e assertiva. Com o passar dos dias cada vez mais perdida em mim com completo sucesso...

Permaneci desesperançosa por meses completos. Pensei que havia outra Marina em mim, seca, automática, desencantada e desencantadora, tão cheia de erros e então... Sabe? Senti o gelado por dentro, mãos tremeram, suaram e o pensamento voou. Pelas poucas vezes, depois de tanta falta de setimento, amontoados de erros em um único ano, foi recíproco: sim.. o pensamento voava, a voz barganhava as palavras e o sorriso discreto me fazia mergulhar nos trejeitos, no movimento lento dos lábios que se mexem sem querer, sem emitir um som, acompanhando o pensamento. Uma noite foi o bastante para me encantar, registrado magicamente por duas fotos lindas deste primeiro grande encontro de mim.  Duvidante pedi sinais a Deus, tudo me fazia sentir que podia ser. Logo eu, desacreditada que poderia ser novamente, senti que sem querer perdia-me.  Não sei onde nele me perdi. Assim, carrego em mim esse desejo legítimo que seja e que continue sendo encantado... Oh, Bishop, nao me diga que seria uma alegre arte, depois de tanta secura, este presente de encantamento tão breve. Sinto a alegria de poder me perder em meia noites e meio dias e noites que se transpunham em dias. E temo... Perder, afastar e não poder mais encantá-lo. Ah! Se pudesse dizer... todas as coisas lindas que imagino ao me perder olhando-o calado e calmo. Ah! Sinto em mim uma urgência bela. Que já me dói tanto, de tão bonita...

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