domingo, 8 de fevereiro de 2015

Dois mil e reticências

nada será como antes. passaram-se dias inteiros que se contabilizados foram mais do que os 365 que caberiam em um ano. mudei: mantive o mesmo corte de cabelo de anos,
na tentativa (vã...) de manter algo que me remetesse a mim. mudei o tom. a personagem antiga se descobriu autora. digo que aquela que se entendia enquanto receptora das desavenças desse mundo de sentimento, descobriu que toda lamentação era o seu melhor, era seu roteiro mais belo. em dias inteiros descobri que toda as tentativas de me ocupar seriam vazias. atitudes iguais as que eu escrevia em meu roteiro mais belo, me mostravam o quão coadjuvante eu fui. e o quao estaria sendo. nada será como antes. nem mesmo choro por um novo amor, mesmo aqueles que a gente jura que tem tudo para ser perfeito. ah.... o choro se faz manso, quase se confude com o chuva que teimou em cair nesse Belo Horizonte. mas caiu... como uma correnteza de palavras presas a tantas reticências que teimavam em acreditar que não era a hora.

nada será como antes: as mãos de hoje que não buscam nem mais os desejos. reinventaram o significado da reciprocidade. agora seria: cada um tem um jeito. que obviamente não é o meu... mas em nome das coisas que não podem ser como antes, eu  "reticiencio". procrastino o a esperança que em algum lugar em mim, algum momento será habitado por sentimento e me divirto com meias palavras, meios sorrisos e quase nenhuma vontade. eu vivo... e carrego um único pedido em mim, aqueles que a vida colocou: ocupe-me.


2 comentários:

Nathy Santos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Nathy Santos disse...

Olá estava passeando pelos blogs e parei por aqui... lindo texto! me identifiquei muito a não ser pelo fato de não estar me ocupando :/