quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

“É, Deus,
parece que vai ser nós dois até o final”


Essa ausência desmedida, punição divina. Deixando-me em comunhão com pior dos sentimentos. Medo. Meio sorriso para esconder o que por dentro está tomado por ele. Chego a ter medo até mesmo de temer. Adiantaria não ter? Temeria da mesma maneira. Reluto enquanto posso. É mais forte. É o mais forte... Ausência, silêncio angustiante.
Pego-me relutando em não pensar e penso... Ah, comédia de final trágico. Ausência de quê, Deus? Não tive nada, não pude ter nada. Esse manipulador aí de cima deve ter tanta raiva de mim... Nada justifica. Justificar o que, Deus? Nem vivências eu tive. Os relógios pararam daquela tarde que dura os restos dos dias até essa maldita noite. Cala-me, por favor. Aquieta-me o espírito. Dê-me um pouco mais, Senhor. Dê-me entendimento... O que silencia a angústia, eu não entendo. Eu não vou entender. Eu tento. Eu tento. Eu tento. Amém.*

* perdoe-me Dona Lispector...

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