domingo, 24 de fevereiro de 2008

Na casa, vazio.

Na cama, eu. Sem música. Sem flores. Sem janelas. Se cheiro. Sem pele. Sem gostos. E sem tempo.

Na mão, cigarro. Sem trago. Sem jeito. Sem pensar.

No vazio, tragos de nada. Mistura de coisa nenhuma em boca seca e explode:

Todas as promessas que não cumpri. Palavras que inventei para deixar a casa mais bonita. Momentos que parei o mundo para ir além sem saber que o além estava aqui, dentro. Ridículo; exposição ridícula de palavras bonitas, jeitos letrados ofertados sem piedade na feira virtual. Antropófaga. Canibalismo de idéias compradas por socialistas. Comer por interesse, não simplicidade. Pular do nutrir para sobreviver: ... Luta canibal para que algum dia alguma coisa faça um ínfimo sentido.

No nada ao nada.

Ao nada do nada.

Em um mísero cigarro de uma não fumante.


----------------------------

Trilha sonora de sussuros:
“Não se pode negar sua a natureza”.

Nenhum comentário: