sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

Final de ano às claras. Tanta lucidez... Assusto-me. Tanta mudança em um mês. Foram exatamente 30 dias gastos para ficar assim: claro. Minha procura incessante serviu de ferramenta para o acaso demolidor. E lá vai pedaço de Marina pra cá, pra lá... Agora, será uma obra faraônica restaurar-me e sobrarão peças pelo chão, certeza! Sobrarão peças que nem sei onde estão e qual a magnitude da sua projeção.

Os antigos sonhos tiveram suas asas cortadas. Minhas estórias ganharam adereços novos, agora terminam com pontos finais. Nada mais de reticências, por ora. É simples assim: foi/não foi, deu/não deu, amo/ “desamo”. Essa lucidez que me assombra trouxe-me (paradoxalmente) paz. E em paz ficaria, mas do pouco que me conheço, arriscaria que está por vir um vendaval. Ventos que impediriam momentaneamente aquela tal busca. Inútil seria afirmar que a cessaria. Não, a busca apenas adormecerá. E vai ficar adormecida janeiro inteiro, até que a “vontade-do-novo" volte.

É. Situações de final de ano. Final de ano? Melhor seria: final do ano de tormentas. Diria mais, seria o final mais lúcido e o começo mais sentimental (oh claro, vindo de mim...). Respiro em paz agora, e penso muito até que as novidades se mostrem exatas.
E assim foi o ano, assim foi o mês, e assim estão sendo os dias...
Mês da exatidão, com seus dias de mudanças, de esperas, de sentimentos e olhos (bem) abertos para não permitir o inevitável.

Nada sei sobre o acaso, e sei muito de minha espera em paz e de minha lucidez assustadora.
Esse ano não farei resoluções (de gaveta). Elas não servem para nada quando se tem em vista um vendaval daqueles.

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