segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Um e-mail e um eterno escreve e apaga para responder uma pergunta simples: “O que te falta para ser menos ‘infeliz’, Luiza?”.
Eu respondo!


O que lhe falta para ser menos infeliz? Drummond diria que, por vezes, pensou que falta fosse ausência, e um dia descobriu que não, e mais, ausência é o que ele carrega sempre. É... Poderia ser, mas no seu caso, não é. Não ligue para o que Drummond diz, por teimosia e pela falta de educação mesmo. Não dê a mínima... Porque essa ausência desmedida, que também tens, não é o que lhe faz infeliz.

(In)feliz. Mera questão de prefixo, parafraseando um certo perfil orkutiano. Eternos ciclos que a cada dia se tornam mais freqüentes. Você morreu no domingo, vagou pelo incerto segunda, terça e quarta. Quinta às 00:01 virou cinza e pó, espalhou-se ao vento e renasceu a mesma, nem melhor, nem pior como de costume. Se sente Deus? Para morrer e renascer assim, ao terceiro dia?! Bem, a questão toda não passa de teimosia. Até que um dia se canse de morrer ou de se matar por coisa qualquer. Mas negar? Renegue a quase tudo ou ao que, realmente, lhe faz falta. Já negaceou tanto, que mais uma vez não faria a menor diferença. Lembre-se da magnitude das palavras com prefixos. Com elas, você tem a liberdade de ser os dois significados... Uma lástima que, agora, não consigo fazer algum neologismo referente à palavra passional. Esta é a uma das únicas palavras que lhe descrevem e que infelizmente não possui prefixos. Oxe! Fique feliz...

Estive pensando nisso: passionalidade. A pergunta não é bem essa, mas se me permite reformular... Seria o tal motivo que lhe deixa infeliz, ser passional? Se for, tenho a solução para seus problemas por apenas uns discos de rock melódico medíocre, um Wellaton preto azulado, correntes, roupas rasgadas e unhas pretas. Procure arrumar um namorado emo! Ele vai te entender, melhor até mesmo do que eu... Sempre que você vier com suas metáforas de jardins, flores, passarinhos e blábláblás, o carinha certamente irá lhe contar das novidades do Good Charlotte ou do Simple Pan. Nessa hora, certamente você pensará: “Como eu sou feliz!”. Infame eu! Desculpe-me, mas não custa sorrir...

Luiza, procure limpar seus espelhos... O que vês está cada vez pior devido à poeira. Dãm. Espelhos são traiçoeiros. Seus sapos, seus castelos, seus príncipes encantados são o que os espelhos lhe mostram: uma imagem reflexa adulterada. Não diga que não sabia, e nem aceite meu conselho de negacear neste caso.

Enfim... Fique bem, tome seu remédio todos os dias, leve sempre blusa de frio para a faculdade e não deixe escapar suas projeções. Elas são verdadeiramente o que lhe faltava para arrancar o prefixo in.

“Do sonho de eterno fica esse gozo acre na boca ou na mente, sei lá, talvez no ar.”

Beijos, moça com a flor empunhada nas mãos.


Bira.

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